quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Educação, pesquisa e música na formação de professores


“Educação no Brasil: o balanço de uma década”. Este foi o tema da 33ª Reunião Anual da ANPED, nos dias 17 a 20/10/2010, em Caxambu. Entre GT, Reuniões e Sessões Especiais, apresentei a pesquisa “Os usos dos meios, os consumos culturais e a formação de professores para a mídia-educação”, desenvolvida em parceria com Prof. Pier Cesare Rivoltella, CREMIT, da Università Cattolica del Sacro Cuore, de Milão. Esta pesquisa, que também foi apresentada no III Seminário de Pesquisa em Mídia-Educação, na UFSC em setembro de 2010, pretendeu fazer um mapeamento dos consumos culturais dos professores de algumas escolas de Florianópolis e Milão e investigar os usos das mídias e tecnologias no âmbito pessoal e profissional, identificando boas práticas e dificuldades a fim de pensar em pistas para a formação de professores.

De um modo geral, é possível dizer que as representações dos professores a respeito das TIC aparecem como saber, comunicação e velocidade, e que há certa horizontalidade entre os usos das mídias nos contextos pesquisados, revelando certa distância entre o alto uso das tecnologias no plano individual e o pouco uso no âmbito profissional.

Entre tantas questões, aproximações e distanciamentos sobre as práticas pedagógicas nos diferentes contextos socioculturais culturais, um dado que chama a atenção do contexto local, mas que também podemos pensar em termos de Brasil, é a respeito da música e de sua presença na vida das pessoas em geral, e de professores em particular. Os dados da pesquisa indicam que no tempo livre e nos consumos culturais dos professores que participaram da pesquisa em Florianópolis, cerca de 70% preferem realizar alguma atividade relacionada com a música, enquanto 45% dos professores italianos que participaram da pesquisa se referem à música como atividade preferida.

Por coincidência, no mesmo dia da apresentação do trabalho, 20/10/10, o Jornal FSP publicou matéria a respeito de uma pesquisa feita em São Paulo a respeito do que mais representa a cultura brasileira, e a música aparece com 13%, seguido pelo carnaval (12%), e futebol (10%). Além disso, entre os hábitos culturais dos paulistas e as atividades que costumam realizar, ouvir música aparece como a atividade mais citada. Que a música brasileira é altamente reconhecida por sua beleza e diversidade é algo escrito e cantado aos quatro cantos, mas como representação de identidades e da cultura brasileira, sua aproximação com preferências em contextos tão singulares não deixa de ser instigante, ainda mais se considerarmos as especificidades das pesquisas acima.

Assim, embalada por esses dados, na volta da Anped participei de uma Oficina sobre Música e Mídia, na 9ª SEPEX (Semana de Pesquisa e Extensão) na UFSC, discutindo a importância da música na formação de crianças, jovens e professores. Esta atividade desenvolvida com professores e estudantes de licenciaturas cantando e dançando em sala de aula não só evidenciou as inúmeras possibilidades de pensar os repertórios e a formação cultural, como trouxe imagens de música e dança para além dos GT da Anped, em que estudantes, professores e pesquisadores durante do dia, dançavam livres, leves e soltos nas noites de Caxambu...


Foto: caxambu7_coisinhas-ana-blogspot

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