Nada como começar o semestre com
um evento sobre juventude para revigorar os ânimos e a esperança! Foi o que aconteceu com a participação no VII Simpósio Internacional sobre Juventude Brasileira, nos dias 14 e 15/8/17 na Universidade Federal do Ceará em Fortaleza, e em diversos espaços culturais da cidade. Entre tantas ações que o evento desencadeou, o destaque para uma programação intensa, com muitas atividades - simpósios, mesas-redondas, grupos de trabalho, mostras culturais - sobre temas da juventude e relações étnico-raciais, saúde, violência, conflitos, territórios, movimentos sociais, gênero, sexualidade, arte, cultura, trabalho, educação, consumo, novas mídias e muitos outros. Além disso, a criação da Associação Rede JUBRA.
A escolha do tema Juventudes: movimentos, experiências, redes
e afetos foi resultado de uma
consulta aos jovens na fan page, sobre
“o que é ser jovem hoje” e o que eles julgavam importante para ser discutido no
evento. Essa escolha é muito interessante, pois
revela não apenas a intenção de dialogar com os jovens sobre de seu universo de interesses e motivações, mas também
reforça e demonstra a forte presença dos jovens na elaboração e realização do
evento. Afinal, não é muito comum em eventos acadêmicos contar com a
participação de interlocutores e parceiros que são também sujeitos e objetos de
pesquisa sobre o tema em questão.
Entre movimentos e deslocamentos,
experiências compartilhadas, construção e fortalecimento das mais diversas
redes movidas pelo desejo e pela emoção de estarmos juntos, foi possível conhecer e construir espaços de encontro e discussão. Na mesa sobre Juventudes e Educação, em que participei juntamente com o Prof. Juarez Dayrel
(UFMG) e a Profa. Rosane Castilho (UFG), as reflexões transitaram por temas como A Contra-reforma no Ensino Médio, e ações
educativas com jovens, em que Dayrell pontuou a ambiguidade de nossa realidade social e a
efervescência dos movimentos sociais juvenis com a ocupação nas escolas em
tempos tão sombrios, ressaltando sempre o cuidado para não cairmos no fatalismo
nem abrir mão da esperança; esperança que por sua vez também foi objeto da
reflexão da Rosane, quando compartilhou aspectos de sua pesquisa de
pós-doutorado sobre Projeto de vida e
visão do futuro de jovens secundaristas das periferias de Goiania, Lisboa e
Madrid, e destacou algumas aproximações e diferenças entre esses jovens,
para quem o futuro é luta, receio e incerteza. A esse respeito, um pequeno parentese (a conferência de
abertura também evidenciou que essa desesperança é transcende as fronteiras,
pois estudiosos evidenciam em diferentes contextos e os jovens também estão percebendo que estamos deixando a
eles um mundo pior do que aquele que recebemos de nossos pais. E o mais grave é
que se os estudos geracionais apontam que há diversas gerações havia uma perspectiva
de melhora, isto parece não se configurar neste momento. Isso me lembrou uma palestra de Francesco Tonucci que assisti em Brescia em 2005, em que ele constatava e denunciava tal aspecto em relação ao legado que estávamos deixando às
crianças).
E na continuidade desse fio condutor invisível que teceu nossas participações na referida mesa, comecei minha fala Jovens, cultura e educação: dispositivos da arte e da tecnologia na escola com algumas perguntas : Que jovens estamos formando ? Que mundo estamos construindo/deixando como herança presente e futura aos jovens hoje e em devir? A produção de subjetividades na escola permite a construção de identidades como reconhecimento e pertencimentos? De que modo os currículos escolares dialogam com as culturas juvenis? Que novas metodologias podem aproximar as aprendizagens formais e informais? E em busca de respostas possíveis, destaquei algumas imagens como retratos multifacetados dos jovens e suas percepções diante dos processos de sociabilidades, tecnicidades e subjetividades para situar as culturas juvenis nos mais diferentes cenários e territórios, sua estreita ligação com as mídias e as tecnologias e as possibilidades de diálogos com a escola.
E na continuidade desse fio condutor invisível que teceu nossas participações na referida mesa, comecei minha fala Jovens, cultura e educação: dispositivos da arte e da tecnologia na escola com algumas perguntas : Que jovens estamos formando ? Que mundo estamos construindo/deixando como herança presente e futura aos jovens hoje e em devir? A produção de subjetividades na escola permite a construção de identidades como reconhecimento e pertencimentos? De que modo os currículos escolares dialogam com as culturas juvenis? Que novas metodologias podem aproximar as aprendizagens formais e informais? E em busca de respostas possíveis, destaquei algumas imagens como retratos multifacetados dos jovens e suas percepções diante dos processos de sociabilidades, tecnicidades e subjetividades para situar as culturas juvenis nos mais diferentes cenários e territórios, sua estreita ligação com as mídias e as tecnologias e as possibilidades de diálogos com a escola.
Afinal, se o perfil das
culturas juvenis é a multiplicidade, como a escola e seus currículos lidam com a perspectiva
mídia-educativa e as novas formas de cidadania propiciadas pela cultura digital?
Ao destacar a importância de novas linguagens, novos letramentos, novas atenções
e novas metodologias, situei algumas experiências de pesquisa com crianças e jovens estudantes em que
evidenciamos tais aspectos a partir dos dispositivos da arte, do corpo e das tecnologias na escola, de modo a
articular e/ou desencadear interessantes processos formativos e investigativos.
Processos que consideramos como indícios de compreensão que tornam [inte]legíveis certas narrativas construídas
nos grupos de pares expressando leveza e capacidade de ação que também promovem
experiências de aprendizagem, solidariedade, protagonismo e participação.
Como todo evento
é encontro, foi lindo rever alguns colegas, e mesmo diante de uma programação
tão rica e intensa encontrar um tempo para sair com pessoas queridas e
atualizar conversas, projetos e parcerias. Nesse sentido, minha imensa
gratidão ao carinho dos organizadores e aos momentos de troca com Andrea Pinheiro,
Flávio Paiva e sua mais recente produção, Bulbrax:
sociomorfologia cultural de Fortaleza – um livro poético e musical que
sintetiza um aprendizado de vivências, culturas e canções por meio de potentes
reflexões, entre as quais, a originalidade do conceito proposto no título,
entendido “como representação do momento em que ocorre um ato de alteridade no
estabelecimento dos vínculos entre campos de sentido na vida urbana”. Sem dúvida, um belo presente!!
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